22 de dezembro de 2008

Século XX...

No Século do Amor, a Família torna-se Sagrada...


Familia Jetsons

Descritos desde as mais antigas civilizações, a maternidade e a paternidade designam dois dos mais belos e sublimes privilégios a serem vivenciados pelos seres Humanos.

Indiscutivelmente, nada se iguala ao amor dos pais pelos seus filhos...
Não existe, nunca existiu e tampouco existirá um sentimento tão natural, instintivo e pleno...

Porém, diferentemente do que fomos condicionados a pensar, a valorização da infância e o zelo dos pais pela prole é um comportamento datado do século XVIII, portanto, da Era Moderna.

A partir desta época, a infância ganhou um novo significado e passou a ser definida com um período de fragilidade e inocência no qual a criança necessita de atenções e cuidados especiais imprescindíveis para um desenvolvimento saudável tanto físico como psicológico.

Esta drástica mudança comportamental dos pais em relação aos filhos foi fruto primordialmente de uma nova instituição que nasce também na Era Moderna: o casamento por Amor, que indubitavelmente atrela-se em um contexto histórico ao capitalismo e a crescente urbanização característica desta época.

A instituição do casamento deixa a remota denotação de perpetuação de linhagem, ou de continuidade do sobrenome ou de um empreendimento familiar...

Com a revolução comercial, com o surgimento das indústrias, do salário e do mercado de trabalho, as esferas sociais e econômicas sofrem nítidas modificações e as ópticas comportamentais se transformam...
As mulheres, antes enclausuradas e subordinadas ao marido e aos trabalhos domésticos, tornam-se progressivamente mais independentes e “donas da própria vida”. Com o passar dos anos, firmam-se como profissionais competitivas e igualmente capazes ao sexo oposto.

O antigo sistema de estruturação familiar é substituído por uma nova e consagrada entidade doméstica: A família Burguesa, na qual existem fortes laços afetivos entre os membros, atenção às crianças e um senso absoluto de preservação, defesa e proteção incondicional ao núcleo familiar.

Metaforicamente, o antigo “código do Mar”, segundo o qual o comandante deve morrer no naufrágio de sua embarcação, mesmo quando toda a tripulação e os passageiros se salvam, é destituído, pois nas sociedades ocidentais dos dias de hoje, ninguém mais morreria por um velho casco de navio...

Agora, pelos passageiros, arriscar-se-ia a vida, se preciso...

Convicta, afirmo que a família no século XX, tornou-se sagrada...

Mas... O que vem a ser algo “sagrado”??

Sagrado é algo inviolável, puro, algo pelo qual vale à pena morrer.
Conclui-se que hoje, no Ocidente, ninguém ou quase ninguém aceitaria morrer por um ideal, por Deus, ou por um determinado Deus e nem mesmo por um extremo nacionalismo...

Entretanto, diga-me, que pai ou que mãe não morreria por seus filhos??
O Humanismo mais uma vez sobrepõem-se a qualquer outro conceito ou prática e o Amor permanece como um dom, como o sentimento Maior, invariável, indescritível, inexplicável e supremo.


Pezinhos
Referenciais bibliográficos:
Revista Veja (Dezembro /2008)
http://portugal.humanist.net/

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